Na segunda parte da série sobre a multitonalidade nas canções da música popular, vamos falar sobre as influências de Caetano Veloso e John Coltrane nesse aspecto. Ambos os artistas revolucionaram a música em seus respectivos gêneros, explorando novas possibilidades sonoras e expandindo os horizontes do jazz e da MPB.

Caetano Veloso, um dos maiores ícones da música brasileira, sempre foi conhecido por sua versatilidade e inovação. Suas composições são marcadas pela fusão de diversos estilos musicais, como bossa nova, samba, rock e música eletrônica. Além disso, Caetano sempre teve uma abordagem experimental em sua música, explorando novos timbres e sonoridades.

Uma das características mais marcantes das composições de Caetano é a multitonalidade. Ele é conhecido por utilizar acordes dissonantes e progressões harmônicas complexas, criando um som único e inconfundível. Em músicas como “Tropicália” e “Sampa”, Caetano explora diferentes tonalidades e escalas, criando uma sensação de fluidez e movimento que se destaca em seu repertório.

Assim como Caetano Veloso, John Coltrane também foi um pioneiro da multitonalidade no jazz. O saxofonista norte-americano ficou famoso por suas improvisações virtuosas e seu domínio técnico do instrumento. Coltrane explorou a tonalidade de forma inovadora, utilizando escalas modais e acordes fora da tonalidade tradicional.

Em álbuns como “Giant Steps” e “A Love Supreme”, Coltrane apresenta composições complexas e desafiadoras, que desafiam as convenções do jazz tradicional. Sua abordagem inovadora da multitonalidade influenciou uma geração inteira de músicos de jazz, que passaram a experimentar novas possibilidades sonoras em suas próprias composições.

Caetano Veloso e John Coltrane são exemplos de como a multitonalidade pode enriquecer a música popular, trazendo novas texturas e cores para as composições. Suas inovações e experimentações continuam a inspirar artistas de todo o mundo, provando que a música é um campo fértil para a criatividade e a expressão artística.